25 maio 2012

Geração Videogame não gosta de ler?

Ontem ouvi um comentário que me deixou muito intrigada, triste, porém mais intrigada que triste...
Para seguir com o pensamento preciso me explicar antes.
Como professora, procuro sempre incentivar todos a minha volta a ler, ou a ler mais. Todo aquele mimimi acerca das vantagens da leitura no sistema sociocognitivo, como cultura e entretenimento, blá blá blá.
Chata, mas não quero nem saber! rs
Minhas "vítimas" em geral são os membros da minha família, amigos, alunos, colegas de trabalho e pessoas que eu conheço na rua, não necessariamente nesta ordem...
Blz...
A pessoa, que é da minha família, comentou que não havia muito o que fazer no trabalho, pois ficava muito tempo ocioso. Adivinhem minha resposta??? ahahah. Para fins didáticos vou reproduzir a conversa:

- Nossa! Muito chato, nada pra fazer o dia todo! 
- Ué? vá ler um livro!
- Elaine, minha geração é a geração videogame! Minha geração não gosta de ler!
[Pausa]
Milhares de pensamentos neste momento (gritos silenciosos, professores, pais, mais gritos, LDBN, Deus)


Alguns argumentos depois e me sentindo uma inútil voltei para o quarto a refletir sobre assunto.

Hoje, ao ordenar os pensamentos pensei então nesta tal geração (anos 90). Sim, a maior parte dos que eu conheço não gostam de ler! Será que ele tem razão???
Bom, minha geração (anos 80), também foi uma geração que não leu tanto. (PS: na minha época já havia videogame, tudo bem, Atari, Mega Drive e Super Nitendo, mas já era alguma coisa que tomava tempo, deixava as mães loucas porque os filhos não queriam estudar, nem ler, nem tomar banho e por aí vai...)
Eu venci este obstáculo e por mim mesma busquei solitariamente o gosto pela leitura. Pra isso, tem que querer, né?

No caso dos meus alunos, vejo uma boa parcela que gosta de ler sim! São a minoria, mas gostam! Esta minoria está crescendo e isso me deixa muito feliz, mais ainda quando alguém diz que começou a gostar por conta das minhas aulas, pelos comentários informais etc.

Inquieta resolvi compartilhar com vocês. O que vocês acham?
A geração de vocês não gosta de ler?

8 comentários:

  1. Discordo. Não temos uma cultura de incentivo à leitura. Desde criança sou baratinha de biblioteca, e as características do normalmente se repetem.
    Da minha parte, sou da era do videogame, computador e, em parte, tive tudo isso, mas também tive acesso aos livros, em especial nas bibliotecas públicas, não tenho o hábito de comprar muitos livros, só aqueles que me dão agulhinhas nas mãos só de pensar em devolver.
    Talvez, seja preciso começar com o livro certo. Existem livros pra cada pessoa. Se a gente começa pelo livro errado, se assusta mesmo. Como pedir que um aluno se interesse pelo “O Ateneu” Cortiço, Machado de Assis ou Drummond, sem que ele ao menos entenda a linguagem, não sabe consultar um dicionário.
    Também tento incentivar, os que estão a minha volta a lerem, como eu digo quando abro um livro, mais pareço estar abrindo um mundo e gostaria de poder compartilhar o maior dos mundos com o maior número de pessoas, o mundo da imaginação, não tem coisa melhor que adulto com imaginação; fico meio boba, meio criança mesmo quando leio.

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    1. Eu acredito muito também na teoria de comerçar pelo livro certo! Ajuda muito!
      bj

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  2. Elaine, acho que isso da "geração videogame" não gostar de ler não tem nada a ver. Não dá pra generalizar.Eu faço parte da geração videogame. Aliás, eu tive o privilégio de conhecer o Atari (e adorei, diga-se de passagem). Quando pequena eu jogava muito videogame, principalmente o Super Nintendo e já um pouco mais velha joguei muito Dreamcast (oh videogame maravilhoso!). Durante a infância eu apenas lia os livros paradidáticos e de vez em quando algum daqueles livrinhos de uns 5 reais. Apesar de nessa época eu ter jogado mais videogame do que lido, hoje que sou mais velha eu adoro livros.

    Se pararmos para reparar, videogame e livros, em certos aspectos, têm bastante em comum. Ambos têm a função de nos entreter, porém fazem de maneiras diferentes. Enquanto o videogame é bastante rápido e dinâmico, com o livro nós demoramos mais (pelo menos eu demoro) e nos deliciamos mais. Por isso não digo que a geração videogame não gosta de ler, digo que a geração preguiçosa não lê.

    Mais um adendo: God, bless my school for making me start reading so young! Desculpa por estar em inglês, mas só assim pra expressar tudo que eu queria dizer.

    Beijos!

    Tefinha - www.aminhadimensao.blogspot.com

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    1. Tefinha,
      Acho que todos nós passamos pela "fase videogame", ne?
      Graças a Deus mesmo você é uma privilegiada de começar tão cedo a aamar a leitura.
      bjs

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  3. Bom dia Elaine!

    Bem, antes de tudo parabéns pelo blog, é minha primeira visita, e achei bem interessante.

    Mas vale fazer uma grande correção, não existe essa tal "geração video game" o que vc pode considerar são no minimo 2 gerações, a dos anos 80, como vc mesma falou e a atual, até por que a maior parte dos jogadores atualmente são jovens entre 25 e 30 anos, ou seja, antiga geração do atari, nintendo, Sega...

    Eu particularmente acredito que os video games ajudam na leitura, hoje em dia, eles incentivam a leitura, e não a prejudicam. Talvez não seja o tipo de leitura que muitos considerem o ideal, mas ainda assim é leitura.

    No final dos anos 90, com a chegada da midia de CD, os jogos passaram a poder possuir um numero muito maior de informação, o resultado disso foi um avanço tecnologico enorme na área.

    Com mais recursos disponiveis, foi possivel também poder criar historias mais complexas... geralmente apresentadas por texto, ou ao menos com legendas.

    Com o decorrer do tempo, essas novas narrativas se tornaram mais fortes, e inclusive muitos jogos hoje são mais uma "narrativa interativa" do que um simples jogo grafico.

    Mesmo um Classico como mario, hoje possui no minimo 5 horas de historia, com reviravoltas e grandes acontecimentos, ao contrario de antes, onde tudo poderia ser resumido em um paragrafo.

    Desse modo o jogador vê a nescessidade de entender o que se passa, para assim poder acompanhar o jogo, e muitas vezes é quase impossivel termina-lo sem isso.

    Bem, não quero me prolongar muito, mas outro dado que deve ser levantado é a quantidade de jogadores que aprendem uma segunda lingua como ingles, ou mesmo japones apenas para acompanhar esses jogos, ou mesmo como é mais comum, aprendem essas linguas JOGANDO esses jogos (muitos aprendem ingles jogando, já japones....)

    Espero que tenha ajudado, gostaria muito de conversar mais contigo sobre esse assunto.

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    1. Obrigada pela visita!!!
      Me mande um email para eutodaprosa@gmail.com

      Abs,

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  4. Eu acho que isso é uma generalização boba. Como disseram aí nos outros comentários, o que há é uma falta de estímulo à leitura, talvez decepção com os primeiros livros ou a pura e simples preguiça mesmo. Agora jogam a culpa na internet e nos games, mas tenho certeza que já fizeram isso antes com a popularização da TV e do rádio. São todas formas de lazer válidas que podem conviver pacificamente com a leitura, basta querer.
    bjo!

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    1. Também acho, o incentivo é tudo, ne? Mas, realmente tem que querer, querer dar uma chance à leitura.
      bjs

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