Resenha: 1808

Sinopse:

O livro 1808 conta a história da corte lusitana no Brasil, em um de seus momentos mais apaixonantes e revolucionários, tenta devolver seus protagonistas à dimensão correta dos papéis que desempenharam duzentos anos atrás. Resultado de dez anos de investigação jornalística de Laurentino Gomes.

Assim ele narra como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. O livro relata e analisa, em linguagem acessível, uma parte fundamental da História Brasileira. Escrito pelo jornalista Laurentino Gomes, é um relato, em tom jornalístico, da fuga da família real portuguesa para o Brasil em 1807 e 1808.

Por ser um livro-reportagem, tem um ar de pesquisa mesmo. Ele possui  ao final do livro um apêndice de 49 páginas só de referências de onde ou autor busca veracidade das informações que publicou.
O livro é uma verdadeira aula de história. Nos faz lembrar de muitas coisas já esquecidas e aprender o que não é mencionado em uma sala de aula, como fatos curiosos através de depoimentos de viajantes portugueses e estrangeiros na costa brasileira neste período. É muito gostoso passear no tempo e aprender mais e mais da origem do nosso país.

Fiz diversas marcações pois muita coisa que vivemos hoje se explica por conta da pesquisa destes historiadores que contribuiram para o enriquecimento da obra de Laurentino Gomes.

Sobre a transferência da familia real para o Brasil:

"Era tudo um jogo de faz de conta, uma partida perigosa, na qual Portugal tentava blefar simultaneamente com Napoleão e com a Inglaterra. Enquanto fingia aceitar o ultimato da França, negociava com a Inglaterra uma solução diferente para o impasse."

Sobre o comércio praticado no Brasil:

 "Madeiras baratas e de cor avermelhada eram vendidas como se fossem o valiosíssimo pau-brasil, madeira de lei cujo comércio era rigorosamente fiscalizado em Pernambuco. Era a malandragem brasieira fazendo mais uma de suas performances de gala nas óaginas da história nacional."

Sobre a imprensa e leitura brasileira no século XIX:

 "O Brasil não é lugar de literatura", afirmou James Jenderson. "Na verdade, a sua total ausência é marcada pela proibição geral de livros e a falta dos mais elementares meios pelos quais seus habitantes possam tomar conhecimento do mundo e do que se passa nele.

Um dos personagens curiosos deste livro é Luiz Joaquim dos Santos Marrocos, arquivista da biblioteca real que veio para o Brasil junto com a corte. Ele escrevia cartas ao pai, que ficou em Lisboa, e estas se tornaram fontes históricas para  que diversos pesquisadores pudessem decifrar o que realmente aconteceu nestes 13 anos de familia real portuguesa no Brasil. Ao chegar na colônia em 1808 suas primerias cartas ao pai eram queixas do lugar, pessoas, clima entre outras coisas. A partir de 1814 o conteúdo das cartas é bem diferente, o Brasil só tem elogios por parte de Marrocos, torna-se bonito, acholehdor, gente simpática...mas isso tudo tem um motivo...uma carioca, Maria de São Tiago, com quem se casou e teve filhos.

Gostei muito do livro e espero ler em breve 1822.

Sobre o Autor:

Laurentino Gomes trabalhou como repórter e editor para o jornal O Estado de S. Paulo e a revista Veja e foi diretor da Editora Abril. É membro titular da Academia Paranaense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Também é autor do Livro 1822, continuação da saga da família real portuguesa.
Visite o site do autor: www.laurentinogomes.com.br

Sobre o Livro:

Páginas: 408 

Ano: 2007

Editora: Planeta